quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lá está a lua dos poetas, eu a convido para ser minha cúmplice todas as noites, minha plantonista das madrugadas, já que agora estou só, pois meu companheiro de jornada, Mr. Pavarotti, meu lindo gato siamês que foi assassinado no reveillon de 2003 em Ponta das Canas, já não está mais comigo, eu, sua bruxa, nós tinhamos um pacto de sermos juntos um só defunto. Ele me abandonou e a vida que perdeu era a sua última, mas sei que nos encontraremos um dia, porque com certeza ele já foi um poeta boêmio. Adorava quando eu lia meus textos e poemas para ele, que ouvia com seus olhos azuis rasgados semiscerrados, depois dava o ar da sua graça, mesmo se eu não pedisse. Agora não tenho com quem dividir as madrugadas, então deixo a porta aberta para a lua ficar me espiando.

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