quarta-feira, 2 de junho de 2010

CARTA A JOÃO GALLEGO

João,
hoje vou vestir-me com meus fantasmas
para te rever
e, com a tua ajuda,
despojar-me destas vestes assombradas,
algumas mal costuradas,
à flor da pele,
como simples adereços fôssem.
Outras porém,
simbióticas, malditas, tatuadas,
impressas pelo tempo
de um tempo quase atemporal,
perdidas num labirinto de fumaça,
imprecisas,
vou arrancar de mim
a ferro e fogo, em sangue e dor.
Quero reler-me, reescrever-me,
quero recompor-me sim,
preciso!
Entre o limitado que me corrói o espirito
e o limitado que habita o meu imaginário,
como libertação absoluta anseio
encontrar minha unidade essencial,
é aí que ela habita, eu creio.

d.reserv.Liane Flores - Editora Movimento

E o galo já cantou!

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